Ainda que a figueira não floresça...

Hoje li o livro do profeta Habacuque.Três capítulos. Poucas páginas. Mas uma profundidade que cala fundo.

Habacuque foi escrito para Judá, quando o povo estava corrompido por dentro e ameaçado por fora.

Ele não profetiza ao povo diretamente, mas abre seu coração diante de Deus.

E o que começa com perguntas aflitas, termina com adoração.

Ele não entendeu tudo, mas confiou. Ele não viu a figueira florescer… mas se fortaleceu no Senhor.

Hoje entendi que a fé verdadeira não exige explicação. Ela se firma mesmo no silêncio de Deus.

Diálogo com Deus:

— Senhor…Habacuque olhou para a injustiça e perguntou: “Até quando?” E eu também me vejo fazendo a mesma pergunta às vezes.

— Até quando essa dor? Até quando essa espera? Até quando esse silêncio?

— Filho…Minha resposta a Habacuque não foi um cronograma. Foi um chamado à confiança.

Disse a ele: “O justo viverá pela fé.” Não pela vista. Não pela explicação. Mas pela certeza de que Eu estou no controle, mesmo quando parece que não estou.

— Mas por que o Senhor permite tanta coisa difícil? Tanta maldade? Tanta demora?

— Porque estou agindo de forma maior do que você consegue enxergar. Usei até mesmo os caldeus para cumprir propósitos de correção. Mas também prometi juízo contra os arrogantes. Ninguém escapa da Minha justiça, nem os ímpios, nem os que se acham justos demais.

— E quando tudo parecer piorar antes de melhorar? Quando faltar o fruto, o gado, o sustento?

— Quero que você cante como Habacuque:“Ainda que a figueira não floresça… eu me alegrarei no Senhor.”

Porque a alegria verdadeira não depende do campo.Ela nasce do coração que confia.

— Me ajuda, Senhor…A parar de exigir explicações. A descansar mesmo quando não entendo. A subir nas minhas alturas… mesmo que os vales estejam escuros.

— Eu sou tua força.E quando o chão faltar, Eu serei tua rocha.

Amém.