O tempo fecha, mas a graça permanece.

Hoje acordei com o som da chuva aqui na Ilha de Boipeba batendo no telhado.

Mais um dia em que tudo parou aqui na ilha.

UTV? Parado.

Quadriciclo? Encostado.

Lancha? Ancorada.

Nenhum passeio, nenhuma renda, nenhum plano fluindo.

Mas aí aconteceu algo pequeno… e grande ao mesmo tempo.

Thays, minha esposa, entrou no quarto e me trouxe café na cama.

Um gesto que aqueceu mais do que qualquer sol.

Naquele momento, eu senti que, mesmo sem movimento do lado de fora, o céu ainda estava cuidando aqui dentro.

Peguei a Bíblia e li todo o livro de Efésios.

E percebi que aquele café não foi o único presente.

A Palavra me lembrou de quem eu sou mesmo quando parece que não estou fazendo nada.

Diálogo com Deus:

— Pai…

Hoje tudo parece parado.

Nenhum cliente, nenhuma reserva, nenhuma trilha marcada.

Mas o Senhor abriu outra trilha: a da Tua Palavra.

Li Efésios.

E me lembrei que fui escolhido antes da fundação do mundo.

Fui selado com o Espírito.

Fui assentado contigo nas regiões celestiais.

E mesmo que o chão da ilha esteja molhado, meu lugar no céu continua firme.

— Senhor…

Me ajuda a não esquecer minha identidade nos dias nublados.

Me ajuda a não medir meu valor pela produtividade.

Me ajuda a lembrar que fui criado para boas obras, e que algumas delas são invisíveis, como amar, perdoar, crer e resistir.

Hoje, não há turista me esperando…

Mas o céu me esperou acordar.

E Tua voz diz:

> “Revesti-vos de toda a armadura de Deus…” (Efésios 6:11)

Então, mesmo que hoje eu não faça trilha nenhuma,

que eu esteja pronto para fazer o que o espírito quiser.

Mesmo que eu não mova meu quadriciclo,

que eu me mova pela fé.

Reveste-me, Senhor.

Do capacete da salvação ao escudo da fé.

Porque o dia é mau… mas a graça permanece.

Amém.